quinta-feira, 6 de novembro de 2008

.....!

Um dia li um livro que começava assim "no dia seguinte ninguém morreu" (Intermitências da Morte - José Saramago)! Hoje podia ter sido um dia assim onde a morte fizesse greve e não impusesse a sua vontade a ninguém! Mas não foi....porque hoje é um dia igual a tantos outros, porque hoje também a vida caminhou para a sua foz e, também hoje as certezas do final anunciado teimaram em se fazer cumprir! Escrever sobre a morte pode não ajudar a aceitá-la mas então o que ajuda? Talvez relativizá-la....talvez ignorá-la...Não sei! O certo é que a morte é tão vulgar, tão comum e tão presente que vive e convive diariamente por entre nós! Todos temos essa espada sobre as nossas cabeças desde o 1º minuto de vida...essa é a verdade à qual ninguém pode fugir! Mas lidar com ela é tão difícil.....parece que nenhuma palavra serve, nenhum gesto resulta, nada fica bem em nós! Mas a morte segue sempre pelo seu caminho, faz a sua escolha sem olhar para trás, dirige-se em passos lentos ou repentinos e de várias formas cumpre a sua vontade...e...desejar que isso não aconteça é tão primário e infantil! Mas no fundo todos nos sentimos como crianças indefesas perante a morte, meio perdidas e despidas de qualquer força ou vontade de compreender e responder aos porquês que teimam em surgir! Só o tempo ajuda e só o tempo transforma a dor em saudade! Muito mais importante do que percebê-la ou procurar entender a sua escolha é olhar para ela sem falsas ideias e sem medos pois a morte existe para nos lembrar que a vida não é eterna nem para nós nem para os que nos rodeiam! Nascemos, morremos e talvez seja poético dizer que voltamos a nascer como se a vida mais não fosse do que um cíclo...porque muitas vezes esse pode ser um bálsamo para a sensação fria que a morte deixa. Tudo começa e acaba da mesma maneira e talvez por isso a frase que encerra o livro de que vos falei também seja "no dia seguinte ninguém morreu"!
(este texto é dedicado ao Ricardo)

2 comentários:

Anónimo disse...

Sandra,

Todas as palavras, todos os gestos, todas as acções são poucas para agradecer tudo que tens feito por mim!
Na fase mais difícil da minha vida, tu marcas uma posição e dizes "PRESENTE".
Não é exagero nenhum e digo as vezes que forem necessárias que és das pessoas mais importantes da minha vida.
Não sei mais como te agradecer, mas tenho que, sentidamente, dizer OBRIGADO!

Acabo por não comentar o teu texto mas é muito fácil perceber que estou extremamente comovido.

Um beijo do tamanho do Mundo para ti e podes ter a certeza que também tu ganhaste mais um anjinho da guarda: A MINHA MÃE!

Anónimo disse...

Adorei o teu comentário....obrigada!